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– Mercado ajustou suas expectativas para este ano: taxa de câmbio mais depreciada, crescimento menor do PIB e inflação mais baixa
De acordo com o Relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central, o mercado fez novos ajustes em suas projeções para o câmbio e PIB deste ano, além de reduzir suas expectativas de inflação. No que se refere ao câmbio, a mediana das expectativas avançou novamente, passando de R$/US$ 3,37 para R$/US$ 3,40 para o final de 2018 e seguiram em R$/US$ 3,40 para o fim de 2019. Já a mediana das expectativas para o crescimento do PIB para 2018 recuou de 2,70% para 2,51%, enquanto que para o ano que vem a mediana seguiu indicando expansão de 3,00%. No caso das expectativas para a alta do IPCA, a mediana recuou de 3,49% para 3,45%, para este ano, e de 4,03% para 4,00%, para o próximo. Por fim, as medianas das expectativas para a taxa Selic no final deste ano e do próximo foram mantidas em 6,25% e 8,00%, respectivamente.
– SPC Brasil e CNDL apontam que crédito fácil leva consumidores à compra compulsiva
Um estudo realizado em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que no último mês de fevereiro, em cada dez consumidores, seis (59%) aproveitaram as facilidades do crédito para fazer compras não planejadas.
Nesse caso, as aquisições mais feitas por impulso foram roupas, calçados e acessórios (19%), compras em supermercados (17%), perfumes e cosméticos (14%) e idas a bares e restaurantes (13%). A aquisição de peças de vestuário e acessórios foi mais presente entre a parcela feminina de entrevistados (23%), ao passo que a compra de produtos eletrônicos ganhou destaque entre os homens (13%).
Os especialistas do SPC Brasil explicam que a democratização do crédito no Brasil, principalmente entre as classes menos favorecidas, é um fenômeno que ganhou força apenas recentemente, de modo que muitos consumidores ainda não aprenderam a lidar com as consequências do seu mau uso. “A regra de bolso diz que o consumidor não deve comprometer mais do que 30% da própria renda com prestações. Dependendo da realidade financeira, essa porcentagem pode ser ainda menor em certos casos. Consumidores menos atentos podem ser iludidos pelos valores baixos das parcelas e pelos prazos a perder de vista. A falsa sensação de comprar sem pagar nada que o crédito proporciona tende a levar consumidores desinformados ao superendividamento e à inadimplência”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Destaques da Semana
– Atenções do mercado estarão voltadas para a reunião do Copom, enquanto o foco internacional estará nos indicadores de atividade dos EUA e da China
No Brasil, teremos a decisão do Copom na quarta-feira. O colegiado deverá cortar a taxa Selic para 6,25% a.a. e sinalizar interrupção do ciclo de flexibilização monetária. Acreditamos que as condições correntes da atividade e inflação continuam prescrevendo novo corte da taxa básica de juros, ainda que o balanço de riscos para a inflação tenha piorado nas últimas semanas com a desvalorização cambial. Isso, no entanto, diminui o risco de postergação da convergência da inflação para a meta. De fato, os modelos do BC devem apontar resultados ao redor da meta neste e no próximo ano. Na terça-feira, o IBGE divulgará os dados de março da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS); esperamos recuperação gradual para o volume de serviços. Na quarta-feira, será conhecido o resultado do IBC-Br de março, consolidando os resultados do 1° trimestre, para o qual esperamos ritmo modesto de recuperação. Na agenda internacional, o destaque ficará por conta dos dados de abril de vendas no varejo (terça-feira) e de produção industrial (quarta-feira) dos EUA, assim como indicadores de confiança de maio (terça-feira). Os indicadores podem trazer os eventuais efeitos iniciais do ambiente mais volátil que temos observado recentemente. A China também divulgará resultados de abril nesta segunda-feira, de vendas do varejo, de produção industrial e de investimentos. Após resultado acima do esperado das exportações e importações no mês passado, esperamos desempenho favorável da atividade chinesa no período. Ainda vale destacar a inflação ao consumidor de abril na região do Euro, na quarta-feira.
Atividade
– IBGE: crescimento das vendas do varejo em março reforçou expectativa de retomada gradual do consumo
As vendas reais do comércio varejista avançaram 0,3% na passagem de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal, conforme divulgado na sexta-feira pelo IBGE. O resultado surpreendeu positivamente o mercado, cuja mediana das expectativas apontava para alta de 0,2%, revertendo a queda anterior de 0,2%. Na comparação interanual, as vendas cresceram 6,5%, acima da elevação de 1,5% na leitura anterior e do avanço de 5,5% esperado pelo mercado. Setorialmente, cinco dos oito segmentos pesquisados registraram alta na margem, com destaque para as variações positivas de 1,4% nas vendas de combustíveis e lubrificantes e de 1,1% de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e perfumaria. O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que também considera os segmentos de veículos e de materiais de construção, registrou alta de 1,1% na margem, após ligeiro crescimento de 0,1% em fevereiro. Para isso, as vendas de veículos e motos, partes e peças, avançaram em 2,9%, enquanto o segmento de material de construção manteve a estabilidade. Esse resultado das vendas do varejo reforça a nossa expectativa de retomada gradual do consumo.
– Secovi e Embraesp: vendas de imóveis residenciais em São Paulo avançaram, enquanto os lançamentos caíram na margem em março
As vendas de imóveis na cidade de São Paulo somaram 2.613 mil unidades em março, segundo os dados divulgados pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Esse resultado equivale a um avanço de 11,2% em relação ao mês anterior, na série livre de efeitos sazonais, e influencia positivamente o crescimento acumulado de 116,8% das vendas no primeiro trimestre do ano. Já os lançamentos atingiram 1.266 imóveis no mesmo período, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), resultado que representa uma queda de 8,2% na margem, na série livre de efeitos sazonais. Como resultado, os estoques ficaram em 19.307 unidades em março, retraindo pelo segundo mês consecutivo (-2,1%), na mesma base de comparação. Para os meses à frente, esperamos que a demanda por imóveis em São Paulo permaneça em ritmo de crescimento.

