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O mercado nacional segue atento aos dois movimentos que trouxeram nervosismo a bolsa na semana anterior: (i) possibilidade / negociações que envolvem a reforma da Previdência no Brasil e (ii) a reforma tributária nos EUA, que deve ser votada esta semana no plenário da Câmara dos Representantes. No lado corporativo destaque para os balanços de hoje da Petrobras, Eletrobras, Marfrig e JBS, após o fechamento dos mercados. Por fim, no lado das commodities, o petróleo opera em leve alta e as ações de mineradoras recuam nesta manhã na Europa.
Expectativas do mercado permaneceram praticamente inalteradas na última semana
O mercado elevou ligeiramente suas estimativas para a inflação deste e do próximo ano, segundo estimativas coletadas até o dia 10 de novembro e divulgadas há pouco pelo Relatório Focus do Banco Central. A mediana das expectativas para o IPCA deste ano subiu de 3,08% para 3,09% e a de 2019 passou de 4,02% para 4,04%. Já a mediana das expectativas para o crescimento do PIB permaneceu em 0,73% para este ano e em 2,50% para 2018. As expectativas para a mediana da taxa Selic mais uma vez não se alteraram, permanecendo em 7,0% para ambos os anos. Por fim, as projeções medianas para a taxa de câmbio para o final deste ano e do próximo permaneceram em R$/US$ 3,20 e R$/US$ 3,30, respectivamente.
Análise de Conjuntura
– A inflação de curto prazo continua apresentando núcleos bem comportados. A aceleração do IPCA, de 0,16% em setembro para 0,42% em outubro, se deveu em parte à menor deflação dos preços de alimentos.
Mas as redes de alimentação, principalmente, devem estar atentas: próxima safra nacional de grãos deve ser menor, gerando pressão sobre os preços de produtos agrícolas, de acorodo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Considerando a média entre o limite inferior e superior, a área plantada está estimada em 61,5 milhões de hectares, o que representa uma ampliação de 1,0% ante a safra anterior. As principais culturas com expansão prevista de área são o algodão (10,9%), e a soja (3,1%).
No sentido contrário, a área plantada de milho deverá sofrer redução de 3,0%. A produção está estimada em 225,4 milhões de toneladas, recuando 5,5% em relação à safra passada, considerando o intervalo entre os limites inferior e superior. Isso porque as estimativa da Conab indicam queda de produtividade, considerando previsão climática, investimento em tecnologia, entre outros.
As estimativas são de redução de produção para o arroz, o feijão, o milho e a soja.
– Após três meses consecutivos de alta, houve acomodação da produção de veículos em outubro, com recuo de 2,2% (descontando os efeitos sazonais), segundo a Anfavea. Entre os segmentos, as principais quedas ocorreram em automóveis e caminhões, com baixas de 2,7% e 1,8%, respectivamente. Em sentido contrário, a produção de comerciais leves e ônibus avançaram 1,6% e 4,1%, no mês.
Consumidores e Crédito
– 59,3 milhões de brasileiros estão com o nome negativado, mostra estimativa do SPC Brasil e CNDL. houve um aumento de 0,20% na quantidade de inadimplentes na comparação entre outubro deste ano com o mesmo mês do ano passado.
Na comparação mensal entre setembro e outubro, o indicador apresentou aumento de 0,5%. O SPC Brasil e a CNDL estimam que o Brasil encerrou outubro com aproximadamente 59,3 milhões de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. O número representa 39% da população com idade entre 18 e 95 anos.
“A estimativa tem se mantido estável desde o início de 2016. Por um lado, as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de devedores, e por outro a maior restrição do crédito e queda na propensão do consumo age na direção contrária, limitando a tomada de crédito e o crescimento da inadimplência”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma: “A tendência de estabilidade da estimativa deve se manter nos próximos meses.”

