Com a 15ª alta consecutiva, a atividade da indústria paulista superou em maio o nível pré-crise, confirmando a expectativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) feita em março. O Índice de Nível de Atividade (INA) com ajuste sazonal ficou 0,7 ponto percentual acima do nível de setembro de 2008, mês que marcou o agravamento da turbulência global.
A atividade da indústria paulista subiu 0,8% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados hoje pela Fiesp. Na série sem ajuste, o INA teve alta de 5,2%. Apesar disso, não foram todos os segmentos da indústria que retomaram ao patamar. Dos 17 setores avaliados, nove se recuperaram. O INA é uma média ponderada dos segmentos, que têm pesos diferentes.
Entre os que mais se destacaram está a indústria química, que teve no mês passado crescimento de 14,1% em relação a setembro de 2008. Em seguida, aparecem outros equipamentos de transporte (13,2%) e alimentos e bebidas (10,3%). Já os destaques negativos ficaram para metalurgia básica (-22,9%), máquinas e equipamentos (-7,6%) e equipamento de escritório e informática (-6,5%). “A elevação há meses seguidos mostra que a indústria está perseguindo a recuperação”, afirmou o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini.
O levantamento mostra ainda que entre os setores que mais se destacaram no mês passado está o de alimentos e bebidas, com alta de 1,7% ante abril, e veículos automotores, crescimento de 1,1%. Os dados estão com ajuste sazonal. “A indústria de alimentos e bebidas está diretamente ligada à renda da população. Quando a massa salarial cresce, o consumo deste setor também se eleva”, explica Francini.
O segmento de veículos automotores surpreendeu e manteve o crescimento, apesar da volta da cobrança integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em abril. “Havia a expectativa de que este setor pudesse ter queda com o fim dos incentivos, mas os dados de maio mostram que ele continua em crescimento impulsionada pelo mercado interno aquecido e pelas exportações que estão crescendo”, disse o diretor do Depecon.
PIB
A Fiesp elevou sua estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de 6,0% para 7,5%.
A expectativa da Fiesp de expansão de 7,5% considera um crescimento de 1,0% em cada um dos próximos três trimestres deste ano, no confronto com o período imediatamente anterior.
Para Francini, a estimativa é até conservadora pois há o risco do crescimento superar esse patamar. Para 2011, a projeção é de elevação de 4,7%.
“Grande parte do crescimento em 2010 será pelo não crescimento em 2009. Parte dos 7,5% [de alta do PIB] é recuperação do passado”, avalia o diretor do Depecon.
