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A ata da reunião de política monetária do Banco Central (BC), divulgada hoje, reforça nossa expectativa de novo corte de 0,75 p.p. da taxa Selic na reunião de fevereiro. A ata teve, em nossa avaliação, tom semelhante ao do comunicado divulgado na semana passada: o BC fez uma reavaliação do desempenho recente da atividade econômica (para nível inferior ao esperado anteriormente), e destacou as surpresas baixistas com a inflação no curto prazo, bem como a ancoragem das expectativas. Estes foram os elementos decisivos para a intensificação do ritmo de cortes para 0,75 p.p., ante redução de 0,50 p.p. esperada anteriormente.
Como mencionado, a inflação no curto prazo se manteve mais favorável que o esperado, com sinais contundentes de que o processo desinflacionário atingiu também componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Além disso, a autoridade monetária destacou na ata o resultado do IPCA de 2016, de 6,3%, inferior ao teto da meta e abaixo das expectativas dos meses anteriores.
A atualização dos cenários para a inflação reforça a convergência do IPCA para a meta de 4,5% no ano que vem. No cenário de referência (que considera câmbio de R$/US$ 3,25 e taxa Selic de 13,75% em todo o horizonte de projeção), o BC projeta inflação ao consumidor medida pelo IPCA de 4,0% no final de 2017 e de 3,4% em 2018, abaixo do centro da meta e das estimativas anteriores divulgadas no Relatório Trimestral de Inflação. Já no cenário de mercado, com base nas projeções medianas de taxa de câmbio de R$/US$ 3,45 para este ano e de R$/US$ 3,50 para o próximo, e de taxa Selic de 10,25% e de 9,63% nos mesmos períodos, o Banco Central projeta inflação de 4,4% e de 4,5% para 2017 e para 2018, respectivamente. O recuo das projeções também refletiu o desempenho negativo da atividade econômica presente nos últimos dados.

