É com otimismo que o setor de vendas recebe o Dia das Crianças neste ano. As previsões não só apontam um crescimento de 5% das vendas de um modo geral, de acordo com a FECOMERCIO-SP, como 14% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), além de um crescimento de 14% da indústria do brinquedo, totalizando R$ 3,944 bilhões de vendas ao varejo, que representam na ponta para o consumidor perto de R$ 7,5 bilhões.
Tanto otimismo se deve ao fato de que em torno de 65% de todo o faturamento anual se concentra no período, que reúne as duas melhores datas para as fábricas e o varejo de brinquedos – o Dia das Crianças, com 35% do total, e o Natal, com 30% das vendas.
O valor médio destinado pelas famílias para gastos com brinquedos deva ficar em torno de R$ 50, R$ 10 a menos do que a média gasta com o presente de Dia das Mães e Dia dos Namorados, outras datas importantes para o comércio. “Contudo, a queda na inadimplência de 27% no início do ano para o patamar atual de 12% deve estimular as vendas, inclusive no cartão de crédito”, prevê Fernanda Della Rosa, assessora econômica da FECOMERCIO-SP.
Indústria a todo vapor
A indústria diz que se preparou o ano todo para esse momento aquecido. Para se ter uma ideia, as fábricas, em número de 523 – somando 26 mil funcionários -, produziram cerca de 1.800 lançamentos. “Por isso, estão preparadas para abastecer os lojistas”, informa Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Embora o mercado de brinquedos importados ainda seja o grande atrativo para as crianças e um competidor de peso, mesmo com a sobretaxa de importação de 20% para 35% desde dezembro de 2010, a disputa com o mercado nacional, este ano, promete ser mais acirrada.
Atenta à questão, as metas da indústria para este ano, incluem o aumento da escala econômica, a retomada de 10% do mercado dos importados e a redução de 2% no preço do brinquedo ao consumidor. Segundo a Abrinq, observadas estas questões, o mercado pode fechar o ano com 60% de produção nacional contra 40% de importados. Em 2011, essa relação foi de 50,9 de nacional e 49,1% de importado.
Apostas
As bonecas continuam representando a maior parte do negócio, em torno de 40%. A maior aposta nas vendas é concentrada nelas e em carrinhos, mimos mais baratos, enquanto que a compra de eletrônicos – seguindo a tradição, deve ser deixada para o final do ano por boa parte das famílias brasileiras.
Vale lembrar que o bom momento do setor terá reflexo na oferta de empregos. Segundo dados da Abrinq, o aumento da contratação de temporários nas principais redes de brinquedos deve crescer em 20% o quadro de colaboradores das lojas, dando início ao movimento que se estenderá até o Natal.

