A dívida mobiliária federal interna brasileira saltou 6,61% em abril, a R$ 1,493 trilhão, impactada por uma emissão direta de cerca de R$ 74 bilhões referentes à concessão de créditos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira (20/05). Além de elevar a dívida pública, o empréstimo ao BNDES também contribuiu para reduzir o prazo médio da dívida, na contramão do objetivo do governo de alongar os vencimentos. Esse prazo passou a 3,57 anos em abril, ante 3,73 anos em março.
O Tesouro Nacional anunciou, em abril, que emitiria títulos no valor de R$ 80 bilhões no ano em favor do BNDES. Com o empréstimo, o governo quis dar condições ao banco de elevar o financiamento de longo prazo na economia e garantir crédito para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, ponderou que as emissões em favor do BNDES já estavam previstas na programação de financiamento do ano e não afetarão a tendência de queda da relação dívida/PIB. Ele afirmou, ainda, que as emissões de prazo superior a um ano que devem ser feitas ao longo do ano devem garantir que o prazo médio da dívida volte a cair.
A emissão líquida total do Tesouro no mercado interno no mês passado somou R$ 80,01 bilhões. A dívida também sofreu o impacto da apropriação de juros de R$ 12,52 bilhões.
A participação dos estrangeiros na dívida interna caiu para 8,63% em abril, frente a 8,87% em março. Essa redução foi um reflexo da emissão para o BNDES. Em termos absolutos, a parcela da dívida na mão de não residentes aumentou a R$ 126,4 bilhões, de um patamar anterior de R$ 121,5 bilhões.
A parcela da dívida atrelada à Selic, incluindo os contratos de swap, passou de 35,74% do total em março para 35,95% em abril. No mesmo período, a dívida prefixada aumentou de 31,53% para 32,93%.
Os papeis atrelados a índices de preços passaram de 30,82%, a 29,41%, enquanto aqueles corrigidos pelo câmbio oscilaram de 0,72% do total a 0,64%. A dívida pública federal total, incluindo a dívida externa, aumentou 6,02%, a R$ 1,585 trilhão em abril. Em maio, o governo fez mais uma emissão direta de cerca de R$ 6 bilhões em favor do BNDES.

