A Daslu, maior butique de luxo do país, vai mudar de endereço. Deixará a área de 4,8 mil m² que ocupa na Vila Olímpia, em São Paulo, para se tornar a principal loja do novo shopping JK Iguatemi -empreendimento vizinho, que pertence à família Jereissati.
“Até dezembro do próximo ano devemos nos mudar para uma área de 3 mil m² do shopping, o que não é pouca coisa. Que outra loja no país tem esse tamanho?”, diz a empresária Eliana Tranchesi, que informa ter sido convidada por Carlos Jereissati Filho, presidente do grupo Iguatemi, para “ancorar” a principal loja do novo empreendimento.
Localizado na marginal Pinheiros, na esquina com a avenida Juscelino Kubitschek, o JK Iguatemi terá torres com escritórios e hotel, além de lojas de marcas estrangeiras e grifes brasileiras. O Iguatemi e a WTorre, que é dona do prédio de mais de 7 mil m² onde a Daslu funciona desde 2005, são sócios no novo projeto.
Antigo rival da Daslu no mercado de luxo, o grupo Iguatemi assumiu a administração do complexo Villa Daslu (que inclui o espaço ocupado pela marca e por grifes internacionais e lojas nacionais) em março deste ano. A administração era feita pela empresa BR Malls. Desde então, a Daslu vem “encolhendo” de tamanho e concentrando a venda de produtos de sua marca no térreo e no segundo andar. Os demais andares do prédio, que pertence à WTorre, estão sendo desocupados aos poucos. Tranchesi diz não saber o que será feito no local, mas há rumores de que escritórios de alto padrão funcionarão no imóvel que já abrigou marcas como Dior e Chanel.
A WTorre não se pronunciou sobre o assunto porque está em período de silêncio, determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para as empresas que devem divulgar seus resultados financeiros.
A Daslu passa por dificuldades financeiras desde que foi alvo da Operação Narciso, realizada em 2005 por auditores, Ministério Público Federal e Polícia Federal. A loja recorre de dívidas fiscais cobradas pela Secretaria da Fazenda de SP e pela Receita, decorrentes de autuações por prática de importação irregular.
Os débitos com o fisco paulista somam cerca de R$ 500 milhões (incluindo multas por sonegação de ICMS). Parte desse total (cerca de R$ 60 milhões) foi paga quando a Daslu aderiu ao programa de parcelamento da Fazenda. Com a Receita, estima-se que as multas por sonegação de impostos somem mais R$ 400 milhões.

