O comércio da Grande São Paulo registrou forte aumento nas vendas no primeiro trimestre do ano, puxado pelo cenário da melhora na renda e no mercado de trabalho neste ano. Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de SP (Fecomercio) divulgada nesta quarta-feira (12/05) mostra que o varejo cresceu 11% entre janeiro e março. Segundo a instituição, é o maior aumento da década para um primeiro trimestre. As vendas e o faturamento cresceram nos três segmentos pesquisados – supermercados, eletrodomésticos e comércio automotivo.
Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomercio, diz que a expansão no varejo é resultado das medidas anticrise adotadas pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, eletrodomésticos e materiais de construção. “A redução no nível de desemprego, que está em um dos menores patamares já registrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o aumento da massa salarial real, foram outros determinantes para o aumento do nível de consumo. Os supermercados, que respondem por um terço do faturamento do varejo em SP, tiveram aumento de 3,4% no trimestre. O economista explica que o setor foi um dos poucos que já estava em uma situação melhor antes da crise. Isso porque os consumidores direcionavam suas compras essencialmente para os bens de consumo não duráveis, caso principalmente de alimentos.
O comércio automotivo cresceu 16,8% no período, enquanto o setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos subiu 12%, e o de móveis e decoração, 13,6%. Para a federação, os próximos meses podem ser de ajuste, embora o consumidor ainda mostre confiança para continuar conmprando. “Os paulistas estão muito mais propensos ao consumo e, o que é ainda mais positivo, dispostos a manter esse ritmo de compras nos próximos meses”.
Nesta quarta-feira, o IBGE divulgou dados sobre as vendas e a renda do varejo em todo o país. Março de 2010 foi o melhor da história para o setor, com crescimento de 15,7% nas vendas frente a março de 2009, enquanto os ganhos subiram 19,1%. O IBGE diz que essas variações são os reflexos mais claros das políticas anticrise adotadas pelo governo. “Tal desempenho é fruto do aumento do poder de compra da população, decorrente do aumento da massa dos assalariados. Também contribuiu o fato de a variação de preços dos alimentos ter ficado abaixo da inflação média”. As variações são as melhores desde o início da série histórica, em 2001.
Até este ano, a maior variação nas vendas havia ocorrido em março de 2007 (alta de 11,56%). Quanto à renda do setor, o melhor mês de março fora o de março de 2008, com aumento de 15,61%.
