Governo do Paraguai garante que não há restrições de mobilidade para brasileiros

O governo do Paraguai assegurou nesta segunda-feira (26/04) que o trânsito de brasileiros pelo país não será afetado pelas medidas de exceção aprovadas pelo governo do presidente, Fernando Lugo, em grande parte do país. “Não há nenhuma restrição”, afirmou, por meio de seu porta-voz, o Diretor Geral de Migrações do Paraguai, Julio Benitez Albavi. Segundo Albavi, o procedimento de entrada no país não foi alterado, mas recorda que os viajantes devem estar munidos com seus documentos pessoais durante toda a estadia no país. Três companhias de viagens com rotas entre Brasil e Paraguai consultadas confirmaram que, até o momento, o estado de exceção não teve nenhum impacto para os viajantes.

De acordo com as empresas Loumar Turismo, Pluma Internacional e Expresso Brújula, os procedimentos de travessia da fronteira não sofreram nenhuma alteração, e não se nota diferença de policiamento nas estradas paraguaias.

No último sábado, o presidente Lugo promulgou a medida que determina a suspensão do estado de direito por 30 dias em cinco departamentos (estados) do Paraguai. A decisão veio depois que supostos membros da guerrilha Exército do Povo do Paraguai (EPP) mataram quatro pessoas, entre as quais dois brasileiros, em uma fazenda no nordeste do país, região próxima da fronteira com o Brasil.

A medida de exceção, que dá mais liberdade de ação para militares, suprime direito de livre associação e permite prisões arbitrárias, foi utilizada de modo traumático pelo governo ditatorial de Alfredo Stroessner (1954-1989), durante o qual foram registrados sequestros e desaparecimento de opositores políticos. A última vez em que o recurso tinha sido utilizado no país foi em 2002, para reprimir manifestações contra o governo de Luis González Macchi.