Renda maior e calor impulsionam consumo de bebidas, aponta consultoria

O aumento do emprego e da renda média da população brasileira estão impulsionando o consumo de refrigerantes e água mineral, aponta estudo da consultoria Lafis, que projeta aumento de 12,8% no faturamento do setor neste ano, para R$ 26,8 bilhões. A instituição estima ainda uma expansão de 5,7% no consumo de refrigerantes em termos de volume, para 15,1 bilhões de litros, e avanço de 19,5% na demanda por água mineral, atingindo 9,8 bilhões de litros em 2010.

A Lafis lembra que o setor de bebidas tem se beneficiado das altas temperaturas registradas no início do ano e pela mudança nos hábitos de consumo, como reflexo da ascensão da classe média. Por outro lado, o aumento na cotação de commodities, como açúcar e alumínio, deve fazer com os preços dos refrigerantes subam acima da inflação em 2010, aponta a consultoria. A expectativa é de uma alta de 6,0% no ano, superando a previsão para o IPCA, de 5,2%. “A escassez de latas de alumínio também se constituirá como um fator que impulsionará os preços, uma vez que estas são responsáveis por aproximadamente 7,6% do mercado de refrigerantes”, observa a Lafis.

O preço da água mineral também apresentará variação acima do IPCA, de 6,1%, motivada pela forte expansão do consumo e pela necessidade de adequação da indústria em relação ao prazo de validade dos galões de 20 litros. Entre os riscos apontados pela consultoria para as estimativas de crescimento do setor está a possibilidade de uma alta acentuada de preços inibir o consumo de refrigerantes. “Com a retomada das expectativas de crescimento econômico na economia mundial, pode haver uma preferência por ativos ligados às commodities. Tal movimento geraria aumentos significativos nos preços de insumos utilizados na fabricação de refrigerantes, o que por sua vez, pressionaria os preços”, explica a Lafis. Já o principal risco para o mercado de água mineral é a concorrência com os purificadores de água em locais onde existe rede de abastecimento de água tratada.

No entanto, a Lafis destaca que o segmento está em franca expansão, dado que o consumo per capita de água mineral no Brasil ainda é muito baixo. Além disso, o setor também tem sido favorecido por um movimento dos consumidores em direção a bebidas mais saudáveis, fator que, por sua vez, prejudica o segmento de refrigerantes.