STJ manda soltar Arruda e outros cinco presos

Após dois meses e um dia na cadeia, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) teve a prisão revogada nesta segunda-feira (12/04). A ordem para libertar Arruda foi dada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que se reuniu em sessão extraordinária. Os ministros analisaram pedido de revogação de prisão feito pela defesa do ex-governador e, por oito votos a cinco, decidiram pela soltura do ex-governador. O advogado de Arruda, Nélio Machado, afirmou que ele deixa a prisão ainda hoje.

Arruda foi preso no dia 11 de fevereiro, acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Edson Sombra. Sombra é uma das principais testemunhas de suposto esquema de pagamento de propina dentro do governo do DF.O escândalo, que resultou na cassação de Arruda e na renúncia do vice-governador Paulo Octávio, se tornou público em novembro de 2009, com a operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Conhecido como mensalão do DEM, o suposto esquema seria comandado por Arruda e beneficiaria empresários e políticos aliados do governo.

Hoje, o Ministério Público Federal pediu que Arruda permanecesse preso até o fim das investigações solicitadas pelo STJ. O parecer foi assinado pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge. Na semana passada, a Polícia Federal terminou de colher os depoimentos de pessoas citadas no inquérito 650. Segundo a PF, 36 pessoas foram convocadas e seis não foram encontrados para receber a intimação.Os depoimentos começaram a ser agendados no dia 26 de março, depois que o STJ acatou um parecer da Procuradoria Geral da República que pedia mais agilidade nas investigações do suposto esquema de corrupção. Entre as solicitações estavam os depoimentos de 42 citados no inquérito, entre suspeitos e testemunhas.

Entre os depoentes estava o ex-governador Arruda, que por orientação da defesa permaneceu calado durante o interrogatório. O advogado Nélio Machado afirmou que Arruda só falaria depois que a defesa tivesse acesso a todo o inquérito 650, inclusive às partes sigilosas do processo.