Empresas do setor de shoppings apostam em centros de compras de porte médio e pequeno. É o caso da a Real Estate Partners (REP), que firmou joint venture com a Kimco Realty Corporation, empresa líder em shoppings de comunidade (como também são chamados os médios e pequenos malls) nos Estados Unidos, e está investindo R$ 400 milhões em projetos em curso. A meta é lançar pelo menos dois malls por ano e chegar a 11 shoppings até o fim deste ano, ao passo que em 2009 possuía sete centros de compras, e em 2008, tinha apenas dois. Com essa estratégia, as empresas buscam fugir da concorrência com companhias tradicionais como Multiplan, BRMalls e Iguatemi Shopping Centers, que têm principalmente grandes shoppings e lucram cada vez mais de um nicho ainda pouco explorado no País.
A REP prospecta novos negócios, principalmente nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, em cidades entre 100 e 500 mil habitantes, sempre com foco nas classes B e C, além de já possuir terrenos nas cidades de Bauru e de Mogi das Cruzes, no interior paulista, e em Niterói (RJ), onde deve lançar novos projetos de médio porte em breve. “O mercado é bastante interessante e procuramos pontos estratégicos voltados a esse público”, diz Marcos Romiti, CEO da REP, que tem anos de experiência no mercado, tendo passado pelo grupo Jereissati – família proprietária da Iguatemi. “Já há grandes companhias na área de shoppings maiores, somos uma das únicas que se especializaram nesse segmento, por isso, temos vantagem”, completa.
A empresa pertence à LDI, que, além de ter a REP, atua no mercado imobiliário com as marcas Lindencorp, Cipasa, Adolpho Lindenberg e Mais, e surgiu como consultoria de projetos para redes de varejo, depois evoluindo para incorporadora e administradora de shoppings. Segundo Romiti, foi identificada uma oportunidade no segmento de 2 mil a 15 mil m², sendo que hoje possuem sete empreendimentos com esse perfil, incluindo os chamados centros de conveniência, que não chegam a ser shoppings e têm entre 2 mil e 3 mil m² de área de venda, e malls de porte médio, entre 10 mil e 15 mil m². A REP também possui participação em dois shoppings maiores, além de administrar outros 13 projetos que construiu.
Este ano estão previstas as inaugurações da segunda fase do Shopping Valinhos e do Mais Shopping Largo 13. Estão em obras outros projetos em Hortolândia, Lajes, Indaiatuba e São José dos Campos, nos quais estão sendo investidos cerca de R$ 400 milhões, oriundos tanto de financiamentos como de parcerias com mais investidores. Outras empresas do setor são como a General Shopping, que tem 13 empreendimentos, prefere diversificar e possui shoppings de variados tamanhos e perfis, sejam de vizinhança, regionais, outlets ou open malls. Segundo Alessando Veronezi, presidente e diretor de Relações com Investidores da companhia, o critério é investir em projetos voltados sempre às classes A e B. “O nosso portfólio é variado em termos de tamanho. Focamos o ponto de vista do varejo e, se vemos demanda, investimos. Um espaço de 7 mil m², por exemplo, não é um shopping de uma Aliansce, BRMalls ou Multiplan, mas nós podemos ir”, diz.
Apesar de não comentar projetos futuros, a companhia afirma que existe mercado e demanda no setor hoje, além de estar com boa geração de caixa, com alta de 18,9% na sua receita bruta, que foi de R$ 111,8 milhões em 2009. Planejam neste ano e em 2011 a abertura de dois shoppings, o Barueri (SP) e o Sulacap (RJ), além de duas expansões no ano que vem, no Poli Shopping e no Cascavel Shopping.
O Grupo Tenco, que desenvolve shoppings e já participou do projeto de 15 empreendimentos, afirma que também vê potencial em shoppings menores e já desenvolveu alguns malls desse perfil, como o Plaza Anchieta, em Belo Horizonte (MG), inaugurado em 2009.

