O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, admitiu ontem (09/03) que o Plano Nacional de Banda Larga não deverá ser implantado este ano, a despeito do que se ventilava, mas reforçou a ideia de que o governo lançará as diretrizes do programa. Já o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, disse que as estimativas iniciais do projeto piloto do Plano Nacional de Banda Larga apontam custo de R$ 1 bilhão. Ambos participaram ontem de audiência pública para discutir o tema na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.
O assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, que coordena a elaboração do programa, disse que a meta original do Plano em 2010 é alcançar de 200 a 300 cidades e atender os pontos de governo, como órgãos da administração federal, entre eles hospitais, postos de saúde, delegacias. Para isso, seriam usadas as redes de fibra ótica das estatais, incluindo as da Eletrobrás e da Petrobras.
A oferta dessas redes à iniciativa privada, como pequenos provedores de internet, vai depender, segundo Alvarez, da capacidade do governo federal e dos governos municipais e estaduais de fazer o entrelaçamento dessas redes. Tanto o ministro quanto Alvarez disseram que o objetivo do governo é fornecer o serviço de internet rápida a toda a população brasileira com qualidade e preços baixos e que, se for necessário, o governo prestará os serviços onde não interessa à iniciativa privada, chegando à última milha.
No México, a empresa espanhola Telefónica anunciou que pode se unir a operadoras de telefonia e cabo de locais menores com as quais ofereceria rede de fibra ótica para concorrer com o império do magnata Carlos Slim. O governo do México realiza leilão para utilização dos cabos de fibra ótica com o objetivo de desenvolver uma nova rede de telecomunicações e oferecer às operadoras uma alternativa à infraestrutura controlada pela Telmex, de Slim.
Mês passado, executivos da operadora mexicana Megacable disseram estar propensos a se unir à Telefónica, à radiodifusora Televisa e a operadores locais menores para uma participação conjunta no leilão, que deve ser concluído em junho. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República prevê que o Plano Nacional de Banda Larga seja para 2011, mas o projeto-piloto terá custos de R$ 1 bilhão.