A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apresentou em coletiva realizada na tarde de 10 de fevereiro, a Pesquisa FEBRABAN de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, com análises feitas por 30 analistas econômicos de diferentes instituições.
Segundo os executivos, há uma tendência bastante positiva para as projeções destinadas às operações de crédito bancário, apresentando um desempenho alinhado com os resultados apresentados pelos bancos nos resultados do 4T09, e com crescimento mensal das projeções de elevação do PIB para este ano alcançando a marca atual de 5,3%.
?A volatilidade do mercado é acarretada em grande parte por ?mudanças de humor? da economia norteamericana, e que refletem aqui no Brasil?, comenta Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
A pesquisa da Federação, produzida este mês, estima um incremento de 20,6% no comparativo anual do total da carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional.
No levantamento anterior, a expectativa era de 19,2%, com destaque para a previsão de elevação mais acentuada nos empréstimos com recursos livres para Pessoa Jurídica em 2010, de 21,2%, após crescer apenas 1,2% no ano anterior.
Já o segmento de Pessoa Física deve manter o desempenho positivo, com crescimento de 20,1%.
?Há uma disposição muito grande dos bancos em realizar empréstimos, o que ajuda a fomentar o trabalho das pequenas e médias empresas, e resultando assim em um avanço nas suas operações?, ressalta Sardenberg.
Vale salientar também a agressividade apresentada pelos bancos privados no que se refere ao repasse de créditos, a exemplo das entidades públicas que já agiam desta forma anteriormente, e vêm mantendo tal característica.
Um incentivo ao varejo, cada vez mais estimulado pelo surgimento de pequenos e médios empresários dispostos a receber tais colaborações financeiras.
Com relação à taxa de câmbio, para o fim deste ano é esperada a moeda americana cotada à R$ 1,82, ante R$ 1,76 de dezembro de 2009.
Apesar da alta, a pesquisa não mostrou participação acentuada dos economistas quanto às contas externas brasileiras, sendo que aproximadamente 73,1% dos entrevistados tiveram suas expectativas quanto ao patamar da taxa de câmbio pouco alteradas.
O déficit estimado para 2010 atingiu US$ 49,8 bilhões e vêm crescendo mensalmente nas projeções.
Para 2011, o déficit previsto é de US$ 59,5 bi.
Quanto à Selic, o mercado revisou para cima a sua projeção para a taxa no final do ano, de 10,5% para 11%, e a maior parte dos analistas crêem que o ciclo de elevação da taxa ocorrerá no segundo semestre deste ano, apesar de um grupo pequeno de executivos acreditarem em uma arrancada vertical ainda neste semestre, ou seja, na próxima reunião do Copom.
Por fim, enquanto as opiniões frente à economia americana se mostram bastante divididas entre os bancos, onde aposta-se em uma estabilidade para os próximos meses, existe uma certa desconfiança quanto ao cumprimento da meta de superávit primário (3,3% do PIB) deste ano, por parte do Brasil.
Segundo a maior parte dos analistas do setor, há uma crença de que se atinja o objetivo fiscal, mas que esta meta será alcançada com abatimentos do PAC, por exemplo.
E 41% dos executivos não acreditam em tal ganho.