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Um dos destaques da semana é a Ata do Copom, que trará detlahes sobre o ritmo de corte das próximas reuniões e quais variáveis serão mais sensíveis neste momento. Como é de conhecimento, o Banco Central reduziu a Selic para 7,5% e sinalizou ao menos mais um corte de 50 b.p. na taxa.
Além disso, serão conhecidos os dados de setembro da produção industrial, que deve mostrar ligeiro crescimento na margem, e os de mercado de trabalho, com, taxa de desemprego estável. Também será importante acompanhar o resultado primário consolidado, que deve apresentar déficit de R$ 22,7 bilhões.
Os próximos meses devem ser beneficiados pelos recursos das concessões, contribuindo para o cumprimento da meta do governo para este ano, de déficit de R$ 159 bilhões. Do lado das contas externas, a situação continuou bastante confortável, com superávit em conta corrente (US$ 434 milhões em setembro).
O PIB dos Estados Unidos cresceu 3,0% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, em termos anualizados, conforme divulgado na última sexta-feira. O resultado superou as projeções medianas, que apontavam crescimento de 2,7 e 2,6%. Esse movimento foi influenciado pela alta de 2,4% do consumo, puxada por bens duráveis, e pela expansão de 8,6% dos investimentos em equipamentos.
O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco avalia que o cenário de inflação seguirá benigno em 2018. A reorganização do ambiente econômico brasileiro desde meados de 2016 resultou em ancoragem das expectativas de inflação e desobstrução dos canais de transmissão da política monetária. Ao adicionarmos a esse ambiente a retomada moderada do crescimento econômico vista até agora, a apreciação da moeda brasileira e um choque de oferta favorável de alimentos, o resultado tem sido uma desaceleração considerável da inflação, que passou de 6,3% em 2016 para 2,4% no mês passado.
Apesar da forte contribuição dada pela queda dos preços de alimentos (-2,4 p.p.), a descompressão foi disseminada, totalizando uma redução de 3,8 p.p. do índice, incluindo a contribuição de serviços, com queda de 0,5 p.p.. Quando fazemos esta análise desde o final de 2015, as contribuições se equilibram ainda mais. Para os próximos meses, esperam que a inflação registre ligeira aceleração e termine o ano em 3,0%, limite inferior do regime de metas de inflação. Essa variação baixa gerará uma inércia favorável para o próximo ano, para quando esperamos aceleração do IPCA para 3,9%, permanecendo abaixo do centro da meta, mesmo considerando a retomada do crescimento econômico, que passará de 0,9% em 2017 para 2,8% em 2018.

