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Aumento nas vendas, na contratação de mão de obra e injeção de $ na economia fazem o varejo esperar o melhor Natal dos últimos anos
Retomada do crescimento! Essa é a sensação dos empresários e empreendedores de shopping ao se depararem com as projeções de vendas e faturamento para a temporada de Festas 2017. Depois de anos de estabilidade e crescimento negativo, espera-se que o varejo brasileiro anote uma alta de 4% a 5,5% nesse final de ano.
Múltiplos fatores convergem nesse sentido: a significativa redução da inflação, a desaceleração dos preços e a queda dos juros está entre eles. Essa receita agrada aos consumidores, que enxergam a possibilidade de comprar à vista, mediante descontos, ou em parcelas que caibam no bolso (e no orçamento!).
Geração de Emprego (e renda!)
Outro fator que nutre as expectativas de um Natal mais gordo é a melhora do mercado de trabalho: estima-se que 115 mil pessoas conquistem uma vaga de emprego temporário, entre entre meados de novembro e o início de dezembro. Dessas, de 60 a 70 mil postos estarão disponíveis no comércio, e 10 mil postos em serviços – boa parte dessas vagas em shopping centers. Essas vagas superam as de 2016 em 5,5%. O valor médio dos salários será de R$ 1200, alta de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) indicam que 20% das vagas serão para jovens, especialmente os que buscam o primeiro emprego. Entre eles, a possibilidade de contratação efetiva ronda 5%. Já do total de 115 mil vagas, presume-se que entre 25 e 27% dos trabalhadores serão efetivados. O dado é bastante relevante, já que no ano passado apenas 15% dos temporários foram efetivados.
A categoria “vestuários e calçados” deve responder por 66,9% das contratações. Somadas, as lojas de ”artigos de uso pessoal” e “móveis e eletrodomésticos” pretendem contratar 16,4% desses trabalhadores.
E a perspectiva de empregos temporários reforça a confiança dos empresários, que tendem a elevar os investimentos a médio prazo. São sinais macroeconômicos fundamentais para garantir um crescimento sustentado da economia.
Outros fatores
As contratações realizadas nesse período serão geridas pela Lei 13.429/2017, que regulamenta o trabalho temporário (inclusive o intermitente). A expectativa de ganhos de produtividade com a reforma trabalhista deve contribuir para que as vendas no Natal cresçam 2% nos shopping centers. É o que projeta o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun. “Antes, não poderíamos contratar temporários por horas determinadas, como em horários de pico. Agora, teremos uma situação bem melhor”, pondera Nabil. Segundo ele, ambos os lados serão favorecidos e sairão fortalecidos da experiência.
Além do 13º salário, pago em duas parcelas (novembro e dezembro), os lojistas esperam que a injeção de R$ 15,9 bilhões na economia também fortaleça as vendas. Esses recursos foram disponibilizados pelo Governo Federal via PIS/PASEP. A medida deve favorecer cerca de 8 milhões de consumidores, que poderão sacar um salário mínimo cada. Embora o valor e o número de beneficiários sejam menores que os envolvidos no resgate das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no primeiro semestre, é um montante equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), que, certamente, contribuirá com um fluxo extra de recursos para o consumo.
Ao final, a projeção mais interessante: o varejo brasileiro deve faturar R$ 34,3 bilhões no período, alta de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
E você, está preparado para vender?

