Um homem de propósito

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Levantando a bandeira da democracia e do livre mercado, Flavio Rocha mostra que os empresários são os protagonistas da nova fase do país

Ele foi uma das primeiras vozes a se levantar contra um governo debilitado, clamando aos outros empresários que assumissem o seu protagonismo nesse momento (histórico!) de transições e mudanças. Também pudera: Flavio Rocha, CEO da Riachuelo – a maior empresa de moda do Brasil – tem na bagagem dois mandatos como Deputado Federal (de 1987 a 1995), pelo estado do Rio Grande do Norte.

Fã de esportes e de tecnologia, Flavio Gurgel Rocha mantém o sotaque recifense, usa belas palavras ao se expressar e conquista a atenção do interlocutor pela veemência e eloquência com que se expressa. Tem como principal referência a figura paterna, o fundador da Guararapes, Evaldo Rocha. "Ele é a personificação do self-made man, que saiu de uma das regiões mais pobres do Brasil, o Rio Grande do Norte, com 12 anos e aos 18 abriu a sua primeira loja e construiu o que hoje é a maior empresa de moda do Brasil", diz.

O seu propósito – e o dos 40 mil colaboradores do grupo – é democratizar a moda. "A moda sempre foi um mundo meio arrogante, elitista, de nariz empinado. Era um privilégio de poucos. e a Riachuelo, por esse formato de negócios peculiar, que vai do fio até a oitava prestação depois da venda, consegue fazer a moda chegar a todos", acredita.

Você conhecerá um pouco mais dessa personalidade do varejo brasileiro, que conquistou o título de Empresário do Ano.

Política & Liderança Empresarial

Eu particularmente fiquei bastante contente com o texto Uma ponte para o Futuro”. Foi corajoso da parte do PMDB divulgar um documento desses, claramente liberal, com um projeto para o Brasil. Acredito que é isso que estava faltando pois o Governo anterior estava completamente perdido, sem rumo. Essa não é apenas uma troca de governo e, sim, troca de capítulo”.

“A lógica da zona de conforto é não se manifestar. Mas o empresariado já entendeu que precisa assumir o protagonismo que tem nessa mudança que o país precisa”.

“Livre mercado e democracia são os dois pilares para o crescimento econômico”

“As leis que os corruptos mais temem são as leis do livre-mercado, pois não sobra espaço para a corrupção. A Lava-jato já tem vida própria e continuará em curso”.

“Existe uma tendência no mundo dos negócios da radicalização das negociações, cada um olha de forma estreita o seu interesse, o interesse de sua empresa. E isso, muitas vezes leva a decisões erradas ou a vitórias ilusórias. A real vitória é a do ganha-ganha. Fundamental no mundo dos negócios é enxergar através da mesa de negociações, ver o interesse das outras pessoas porque sempre numa negociação entre o que é ideal para você e o que é ideal para o seu parceiro tem uma terceira opção, que não é a ideal para nenhum dos dois, mas é a proposta do ganha-ganha. Saber enxergar o outro lado na negociação é a chave para o mundo dos negócios”.

“Uma palavra muito frequente no nosso vocabulário é propósito. Dizem, até, que o dia mais importante da sua vida é quando você descobre o motivo pelo qual você veio ao mundo. Eu lembro desse dia como se fosse ontem! A partir daí, o propósito se estendeu para a nossa empresa. O que nos tira da cama de manhã – não só a mim, mas aos 40 mil colegas de trabalho, colaboradores da Riachuelo – é um propósito maravilhoso que nos comove e nos energiza, que é a missão de dar acesso à moda”.

“A empresa que não tem um propósito compartilhado fica como estava o nosso Congresso no passado, onde prevalece o interesse. É o propósito que faz com que interesses aparentemente conflitantes – como o acionista que quer maximizar os dividendos, ao mesmo passo em que o trabalhador que quer legitimamente ter a maior remuneração, o executivo ter o maior bônus possível. Cada real a mais que vai para o executivo, é um real a mais que o cliente paga. É um conflito inconciliável. O fornecedor quer ter uma relação lucrativa com a empresa mas, na outra ponta, o cliente que quer ter a melhor proposta de valor. Isso é o que acontece no plano do interesse. No plano do propósito, essas 40 mil pessoas apaixonadas, engajadas com a missão e com o propósito de democratizar a moda descobrem que é por meio do propósito que você maximiza todos esses interesses”.