Sem brincadeira

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CEO da RiHappy fala sobre o mercado de brinquedos

Em março de 2012, a Ri Happy teve 85% das suas ações adquiridas pelo The Carlyle Group, gestor global de investimentos alternativos. Três meses depois, anunciou a compra da PBKids, então concorrente direta. À frente das negociações estava Hector Núñez, executivo que tornou-se CEO da companhia.

Formado em Administração de Empresas pela Florida International University, com MBA pela mesma Instituição, Desenvolvimento Executivo pela Wharton Business School e pela Tuck School of Business, o executivo já foi presidente do Walmart Brasil e ocupou cargos de liderança na Coca-Cola, Del Valle e Hertz, tanto no Brasil quanto no exterior.

O senhor tem vasta experiência no varejo, à frente de grandes companhias. Como vê o mercado atual? Quais são os principais desafios que se apresentam aos varejistas?

Hector Núñez: Eu diria que o Brasil vive um ano diferente no movimento do varejo, com questões setoriais e mais desafios do que os apresentados em anos anteriores, numa economia que vem desacelerada desde abril e maio. É necessário aumentar a confiança do consumidor, trazer mais gente para dentro da loja, criar novos valores – como grandes mercadorias, que despertem o desejo – e tornar a compra mais frequente. A frequência é o ponto mais importante nesse momento de desaceleração.

O segmento de brinquedos é altamente sazonal, com grande parte das vendas concentradas entre o dia das crianças e o natal. Essa sazonalidade chega a ser um problema?

Hector Núñez: Essa sazonalidade gera vendas concentradas, mas nos preparamos com pessoal adicional e com programas de marketing constante para maximizar as vendas nesse período. Entretanto, todo dia tem aniversários, festinhas e outras atividades que requerem brinquedos. Os brinquedos têm aspecto funcional no desenvolvimento das habilidades motoras e educacionais das crianças. Assim, vendemos muito bem durante todo o ano.

A Ri Happy cresce cerca de 12% ao ano, há 10 anos. Ainda notamos uma baixa penetração de brinquedos nessa classe emergente e percebemos que podemos crescer 10% a mais nesse público. Acabamos de vivenciar um momento muito especial, o Dia das Crianças, e podemos afirmar que os pais podem até “se apertar” mas que não deixam de presentear os filhos.

Antes de assumir o comando da RiHappy, o senhor participou das negociações para a aquisição da companhia. Como foi esse período?

Hector Núñez: Liderei o processo junto com o fundo Carlyle, na parte de inteligência. Tive atuação ativa nesse processo. Nossa sorte é que adquirimos uma empresa boa, com uma marca consolidada, que foi bem administrada. Ela continuará em constante crescimento – nossa intenção é acelerar o crescimento da Ri Happy e levá-la a outro patamar.

A Carlyle adquiriu a Ri Happy, e a Ri Happy comprou a PBKids. A ação foi tomada porque percebemos que o segmento de brinquedos estava bastante fragmentado. Agora, temos que consolidar a operação das marcas para nos tornarmos o maior varejista especializado em brinquedos do Brasil.

(Entrevista Publicada originalmente na edição 218 da Revista Alshop)