SEJA MÍDIA

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Conteúdo de qualidade é um dos caminhos para atingir o seu consumidor

Diferencie-se dos seus concorrentes: produza conteúdo de qualidade e encante o seu consumidor. Seja sua própria “mídia”, no sentido mais mercadológico do termo.

Parece anúncio de algum produto ou serviço maluco, mas não é. Trata-se do content marketing, ou ‘marketing de conteúdo’, estratégia de marketing que utiliza a produção de conteúdo para formar um público e, em seguida, transformar essa audiência em clientes (fiéis).

Cases

O content marketing é utilizado por muitas empresas, para gerar conteúdo de qualidade e atingir o consumidor de forma certeira. E há dois cases bem interessantes para serem comentados: o primeiro é o do McDonald's que, diariamente, imprime um milhão e meio de lâminas de papel (talvez o veículo impresso de maior tiragem do Brasil) para cobrir as bandejas onde são servidas as refeições. O segundo é a TAM, que há muitos anos distribui a bordo a revista Tam nas Nuvens, impactando, mensalmente, 3,3 milhões de passageiros com perfil altamente qualificado.

Em comum, as duas empresas têm a visão empreendedora de se transformar em "mídia", dispensando intermediários na conversa com os consumidores, e as informações, geralmente relacionadas ao universo da marca e do consumidor – e não aos produtos e serviços oferecidos.

Investimento menor, resultado surpreendente

Se o momento pede assertividade nos anúncios publicitários, por outro lado, o público também está sendo bombardeado de informações. Enquanto a propaganda está totalmente voltada para a conversão imediata, o content marketing é um processo mais barato, porém, para longo prazo.

Assim, o marketing de conteúdo surge como uma opção de ação para chegar ao seu consumidor de uma maneira mais consistente e efetiva, com custo mais baixo e com a possibilidade de criar um diálogo com os clientes. Um ótimo complemento para as campanhas tradicionais.

“O normal é comprar ou alugar conteúdo [e espaço] de empresas de mídia”, esclarece o jornalista Cassio Politi, CEO da Tracto Content Marketing. Ele pontua que o conteúdo tem “papel fundamental” na conversão da audiência em consumidores e que esse conteúdo pode ser oferecido de diversas maneiras – em vídeo, em texto, em eventos, em posts nas redes sociais. “Mas esse conteúdo só ganha o público se for relevante para ele”, ressalta o consultor.

E, para tornar o conteúdo relevante, precisa-se saber para quem você está produzindo: ao invés de tentar atingir a todos os consumidores possíveis, a dica é criar um “personagem” e conversar com ele. Essa “persona” – na linguagem técnica, deve ter as características reais do seu cliente.

Construindo personas

A criação de personas é bastante útil para ajudar o profissional de marketing a gerar exatamente a informação que está sendo procurada por sua audiência. É necessário conhecer as necessidades do seu público, "qual é o problema dele que você pode solucionar", esclarece Politi.

A melhor forma de obter essas informações é por meio de entrevistas. "Qualquer funcionário da empresa com o mínimo cuidado para ouvir o cliente pode realizar essa tarefa", alerta o especialista. Politi conta que perguntas simples, como 'o que você comprou da última vez? Como e por quê?', podem desencadear uma conversa fluída, que levará ao perfil do consumidor.

A persona será uma representação do cliente. Assim, depois de apurar quais são as características comuns dos consumidores, vale criar uma 'imagem' para representá-lo. Coloque nome, idade, profissão, anote seus hábitos, gostos, interesses. Com todas essas informações em mãos, a produção de conteúdo será muito mais assertiva e objetiva.

Em seguida, reflita sobre como o conteúdo pode solucionar as questões do cliente e de que maneira ele deve ser veiculado. No caso do McDonald's e da TAM já havia mais facilidades para chegar ao consumidor, mas nada te impede de imprimir esse conteúdo nas sacolas, por exemplo, ou investir nas redes sociais e blogs.

Onde está o consumidor?

E não importa onde esteja o consumidor: a persona permanecerá a mesma, pois não é a localidade (região, país, cidade) o mote da comunicação e, sim, o relacionamento desse cliente com a marca. "A região faz pouca diferença, pois não são os aspectos demográfico, social ou cultural que contam e, sim, o perfil comportamental do cliente", esclarece Politi. Ele conta sobre um projeto da Tracto para uma empresa de software presente em diversos países da América Latina. Independentemente da região, os usuários foram divididos em duas personas: a 'horizonte curto', representada pelos usuários conhecedores das melhores ferramentas do software; e a 'horizonte longo' que, mesmo sem operar o software, sabe ler os relatórios e tomar boas decisões baseadas nessas informações.

"O que muda no universo de consumidores é a forma como ele se relaciona com o produto ou a marca". Se o seu 'universo consumidor' for extenso, talvez seja necessário criar mais de uma persona.

"As empresas, às vezes, são preguiçosas na hora de criar as personas, baseando-se apenas em suposições", alerta Politi. Por isso, não pule as etapas: faça as entrevistas, investigue bem os seus clientes, arranque as respostas. Assim, poderá criar conteúdo relevante e atrair cada vez mais atenção.

(Conteúdo publicado, originalmente, na Revista Alshop 245)