Redução do Estado

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Secretário Municipal de Desestatização fala sobre a Gestão Dória em São Paulo

A Alshop organizou, na noite de 6 de março, um jantar com líderes do varejo, autoridades e membros do Governo. Além do Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviço, Marcos Pereira, outra presença marcante no evento foi a do Secretário de Desestatização do Município de São Paulo, Wilson Poit. Representando o prefeito João Dória, o Secretário falou sobre o Programa de Desestatização municipal.

Muito mais do que “privatizar”, o Programa pretende fazer algumas concessões, de forma a fortalecer o caixa da prefeitura. “Nossa intenção é reduzir o tamanho do Governo e passar alguns estabelecimentos para a iniciativa privada, que é a verdadeira geradora de renda”, avaliou Poit.

Privatizações & Concessões

O Secretário explicou que há três projetos de privatização em Curso: o do Anhembi, do Autódromo de Interlagos e de um grupo de lotes e edifícios que não estão sendo utilizados. “Não há razão para mantermos o Pavilhão do Anhembi enquanto há tantos outros bons pavilhões em São Paulo”, avaliou Poit, explicando que o principal motivo da privatização é financeiro. “Enquanto o Anhembi dá prejuízo, o Autódromo apenas empata. Gastamos R$ 8 milhões na manutenção anual e temos o mesmo faturamento, isso com o impulso dos R$ 53 milhões gerados pela Fórmula 1”, resumiu.

O dinheiro arrecadado com esses empreendimentos será convertido em um Fundo. Todas as outras iniciativas serão concessões. É o caso dos Parques Públicos, Estádios de Futebol, Cemitérios Públicos e Transporte Urbano. Poit explica: “Há 67 parques em São Paulo. Ao contrário do Ibirapuera e outros poucos exemplos, muitos deles não têm banheiro, segurança, lazer, nada. A ideia do Programa de Desestatização é conceder o espaço em troca de contrapartidas. Nos parques, teremos alimentos e bebidos, bons restaurantes, aluguel de bicicletas”, enumera. Nem todos eles farão cobrança de estacionamento – como já acontece no Parque Vila Lobos, na zona Oeste da cidade.

Novas ideias

Outros espaços que serão concedidos são os dos terminais de ônibus. Poit explicou que esses equipamentos são térreos e a prefeitura pretende conceder a ocupação aérea dos mesmos, de até quatro pavimentos. Assim, abre-se a oportunidade para shopping centers e hotéis, por exemplo, de utilizarem um espaço com grande fluxo diário de pessoas.

A concessão da bilhetagem do transporte público é uma das mais interessantes. De acordo com o secretário, a ideia é transferir a gestão do atual “Bilhete Único” para bancos ou administradoras de cartões de crédito. “Como a maior parte dos usuários é desbancarizada, acreditamos que essas empresas [financeiras] terão bastante interesse de atrai-los para a sua carteira de clientes. Assim, podem fornecer um cartão de débito aceito nas catracas de ônibus, desonerando a prefeitura”, acredita.

Ele encerrou com uma reflexão: “alguns cidadãos criticam esse tipo de iniciativa, chamando tudo de privatização. A verdade é que não dá para administrar tudo isso enquanto precisamos de dinheiro para investir em educação e saúde”.