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Resultado do IPCA de janeiro reforçou a expectativa de convergência da inflação em direção à meta neste ano
O IPCA apresentou alta de 0,38% em janeiro, segundo os dados divulgados ontem pelo IBGE, marcando a menor elevação para meses de janeiro desde 1994. Assim, o índice acumulou alta de 5,35% nos últimos doze meses, o que representa desaceleração importante em relação à elevação de 6,29% observada no final do ano passado. Reforçamos, portanto, nossa expectativa de que o IPCA convergirá em direção ao centro da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central (BC) no final deste ano. A ligeira aceleração em relação à elevação de 0,30% observada em dezembro refletiu a maior pressão em seis de seus nove grupos. Apesar da maior alta de alimentação e bebidas, passando de uma elevação de 0,08% para outra de 0,35% entre dezembro e janeiro, os preços desses itens seguiram com variação abaixo da sazonalidade do período. Esse movimento deve se repetir nos próximos meses, conforme sugerido pela deflação dos preços de alimentos no atacado. A perspectiva de forte crescimento da safra agrícola neste ano, em conjunto com a ausência de efeitos climáticos adversos no primeiro semestre, deverá contribuir para pressões baixistas ao longo de 2017. Vale destacar que esse cenário mais benigno para a inflação de alimentos nos próximos meses traz um viés de baixa para a nossa projeção de que o IPCA atingirá uma elevação de 4,5%. Os indicadores de inflação subjacente desaceleraram em janeiro. Os preços de serviços, por exemplo, subiram 0,38% em janeiro, ante avanço de 0,65% no mês anterior, acumulando alta de 6,20% nos últimos doze meses. No mesmo sentido, a média dos núcleos por exclusão oscilou de uma elevação de 0,40% para outra de 0,36%, acumulando alta de 5,77% nos últimos doze meses. Para fevereiro, acreditamos que o IPCA deverá subir 0,45%, diante da elevação sazonal dos preços de educação. Porém, a lenta retomada da atividade econômica, o comportamento favorável dos preços de alimentos e a apreciação cambial recente deverão contribuir para a continuidade da desinflação neste ano. Essas condições, por sua vez, têm aumentado a probabilidade de que o IPCA termine 2017 com variação abaixo do centro da meta.

