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Em linha com o comunicado emitido após seu último encontro de política monetária, a ata da reunião do Banco Central, divulgada ontem, descartou a possibilidade de cortes da taxa Selic no curto prazo. No entanto, a expectativa de melhora da inflação acumulada em doze meses, bem como o reconhecimento explicitado pelo Copom de que o avanço recente dos preços de alimentos constitui um choque temporário reforçam nossa visão de que o comitê deverá iniciar um novo processo de redução da taxa Selic a partir de agosto.
O Copom manteve sua projeção para os preços administrados neste ano em 6,8%. No cenário de referência, considerou um câmbio levemente mais depreciado em relação ao documento anterior (R$ 3,60 ante R$ 3,55), fazendo com que sua estimativa para a inflação de 2016 se elevasse. A despeito disso, houve revisão para baixo da projeção para 2017, de “algo em torno do centro da meta” para 4,5%.
Também chama atenção o destaque dado para o desempenho da política fiscal, visto que “(…) o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias recentemente anunciadas para as variáveis fiscais”, o que sugere que a ampliação do déficit fiscal esperada para 2016-2017 já estaria incorporada nas projeções de inflação do comitê. Somam-se a esses fatores as constantes revisões baixistas das expectativas de inflação dos analistas de mercado, divulgadas semanalmente no relatório Focus, juntamente com uma taxa de câmbio apreciada e um hiato do produto bastante negativo.
Com isso, esperamos que a taxa básica de juros termine este ano em 12,75%.
