Comunicado do Copom é claro, encerrando o ciclo de aperto monetário

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O Banco Central decidiu ontem, de forma unânime, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 14,25% ao ano. No comunicado emitido após a reunião, porém, a instituição indicou claramente que esse foi o último aumento de juros do ciclo atual, que teve início com a Selic em 7,25%. Segundo o texto, “o comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016.” Na última vez que o termo “suficientemente prolongado” foi usado, em outubro de 2012, o BC encerrou um ciclo de queda da Selic, e a manteve estável por seis meses. Com isso, entendemos que a instituição irá manter a taxa básica inalterada, ao menos, até as expectativas de inflação convergirem para 4,5%. Acreditamos que o tema “taxa de juros” sairá do foco até 2016, ampliando as chances de retomada gradual da confiança. A taxa básica é um dos parâmetros fundamentais de previsibilidade, entre outros, necessários para que o País possa concentrar esforços em temas efetivamente relevantes para o seu crescimento futuro. Apostamos que ciclo de baixa será iniciado no primeiro semestre de 2016, podendo ser antecipado caso se confirme um agravamento ainda maior da atividade econômica. Na nossa visão, a inflação convergirá para o centro da meta em um horizonte não muito distante do final de 2016.