Número de consumidores com mais de 60 deve passar de 2 bi até 2047.

Até 2047, serão ao menos 2 bilhões de consumidores no mundo na chamada terceira idade, acima de 60 anos. No Brasil, a população nessa faixa etária deve chegar a 61 milhões, equivalente a 28% da população total projetada para o país (217 milhões), segundo dados do IBGE.

Dois terços dos consumidores de todo o mundo na faixa de 70 a 80 anos vão às compras no mínimo duas vezes por semana.

Na lista de compras de produtos mais consumidos estão itens como alimentos, bebidas, medicamentos (comprados sem prescrição médica) e cosméticos escolhidos não em quantidade, mas, sim, pela qualidade –o que torna o consumo mais seleto e os gastos maiores.

O Brasil é um dos países em que esses consumidores, considerados mais experientes e exigentes, terão significativo aumento de participação no total da população.

De 9,7% da população em 2005, passarão para 15,4% em 2020, segundo aponta estudo feito pela consultoria A.T. Kearney e pelo CGF (The Consumer Goods Forum, fórum de bens de consumo). O fórum reúne 400 empresas, que respondem por vendas que, juntas, somaram US$ 3,3 trilhões de dólares.

Realizado com 3.000 entrevistados de 60 anos ou mais de sete países, o levantamento analisa o impacto do envelhecimento dos consumidores e aponta questões relacionadas a como as empresas têm de se adaptar para atender a necessidade dessa população.

Também foram feitos debates com especialistas independentes e do setor privado, com foco em envelhecimento, nutrição, planejamento urbano, sociologia, psicologia familiar e outros campos em outubro do ano passado.

Chama atenção no estudo o fato de os consumidores mais maduros do México e Brasil estarem mais interessados em fazer compras on-line, e os do Reino Unido, com mais de 55 anos, estarem no grupo que mais cresce em relação ao uso da internet para o consumo.

“O poder aquisitivo dessa população é maior do que em pessoas mais jovens”, diz Carlos Higo, diretor da consultoria.

No Brasil são apontadas como prováveis causas para a melhora da renda dos consumidores mais maduros: o fato de mais pessoas da terceira idade continuarem ativas no mercado de trabalho, a melhora na distribuição de renda (apesar de desigualdades regionais ainda serem grandes), com políticas como aumento real para o salário mínimo, e aquecimento da economia.