De acordo com a Pesquisa de Intenção de Compras Natal 2012, última coordenada pelo pesquisador, os homens revelaram disposição para pagar um preço médio de R$ 190 por presente, montante 40% maior do que o mensurado pelas mulheres. Além disso, o gasto médio deles gira em torno de R$ 600, valor 70% maior do que o gasto médio programado pelas mulheres.
Na comparação com a pesquisa feita em 2011, o gasto nominal planejado pelos homens permaneceu praticamente estável, com um aumento de 7% no preço médio dos presentes. Já as mulheres apresentaram redução nominal de 15% no gasto planejado, acompanhado de um pequeno aumento de 6% no preço médio.
Na avaliação do economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, embora cautelosa, a mulher ainda é o grande público alvo do varejo. “Quando saem os dois juntos, o fato é que a mulher é mais seletiva e avalia mais o preço e a qualidade, enquanto o homem se move pelo desejo. Isso acontece de forma geral, não apenas no ABC”, aponta.
“No mercado de trabalho, a mulher ainda batalha para chegar ao patamar do homem. Mas no varejo, ela é preponderante, é quem tem o dinheiro e o poder de decisão. Ela compra para ela e para a família. Isso é histórico e as empresas já estão preparadas para lidar com isso”, destaca. Segundo os estudos levantados pelo Observatório Econômico, qualidade e desconto no produto são fatores determinantes para a compra de um produto.
Ainda na opinião de Alfieri, a mudança na relação mulher-economia acontece mesmo na virada do século, quando cresce a inserção do gênero no mercado de trabalho. “A partir dos anos 1980, 1990, temos visto uma queda na natalidade. Não que a mulher não seja mais necessária no lar, mas o papel de ser mãe, apenas uma dona de casa, tem sumido”, justificou.
“O IBGE, inclusive, tem destacado a diminuição das trabalhadoras domésticas, que estão indo para o setor de comércio e serviços. A mulher se aproxima cada vez mais da produção”, destacou.

