A gigantesca rede de varejo inglesa Topshop desembarcou no Brasil no meio deste ano com a abertura de uma loja no novo shopping JK Iguatemi, na cidade de São Paulo. Controlada pelo bilionário britânico Philip Green, a rede vai disputar clientes especialmente com a espanhola Zara, mas também deve incomodar outros varejistas do segmento de roupas e calçados, como C&A, Renner e Riachuelo.
Todas essas empresas disputam um filão do varejo batizado por especialistas de “fast fashion” – ou moda rápida, em uma tradução literal. Por produzirem em grande escala roupas e acessórios com conceitos de moda, lançarem diversas coleções diferentes ao longo de um mesmo ano e comercializarem os produtos a preços acessíveis, as fast fashions têm se popularizado e atraído um número crescente de consumidores, que ficam seduzidos pela possibilidade de comprar o hit da estação sem gastar uma pequena fortuna.
É o caso, por exemplo, da estudante de engenharia Thais Orestes, 24 anos, que tem o hábito de comprar nesses paraísos do consumo itens que vê em blogs, sites e revistas de moda. Assim como a maioria das fashionistas, Thais, que mora em Bauru, no interior de São Paulo, viaja para a capital do Estado sempre que pode para se manter atualizada com a moda.”Os preços baixos animam”, diz. “Eu já cheguei a gastar mais de R$ 1.200 em uma única vez nesse tipo de loja. Mas, se fosse comprar as mesmas roupas em alguma grife, poderia gastar até três vezes mais.”
Tudo vale a pena?
A especialista em moda e professora da Escola Panamericana de Arte, Milene Macaroun, admite que os preços nesse tipo de estabelecimento são realmente mais acessíveis. Entretanto, destaca ela, não são todas as peças que merecem investimento.
Roupas clássicas, que a pessoa sabe que irá usar por muitos anos, merecem um investimento maior, em lojas cujos materiais e caimentos são incontestáveis. Nas fast fashions, devem ser compradas as peças que ficarão no guarda-roupa apenas até o próximo verão. Outra alternativa é procurar itens que estejam com preços realmente arrasadores. Em vez de pagar R$ 2 mil por uma jaqueta de couro, por exemplo, a pessoa deve considerar a possibilidade de desembolsar apenas R$ 300 por um produto similar. “Não são todos os itens que se pode comprar nessas lojas. Eu dou preferência aos acessórios, por exemplo”, diz a professora de moda. “Independentemente do que alguém deseja comprar, é preciso observar o material e ficar longe de coisas que pareçam imitações baratas.”
A consultora de imagem Renata Mello também acredita que fast fashions não são para peças atemporais, como camisas, calças de alfaiataria, botas ou ternos, no caso dos homens.
Na opinião dela, o consumidor deve refletir bem antes de sair às compras, sobretudo nessas lojas, visto que a qualidade e o acabamento dos produtos costumam ser inferiores. “Prefira roupas que só serão usadas repetidamente por uma ou duas temporadas, como um jeans colorido”.

