Pesquisa Brazil Market analisa o mercado nacional de vendas on-line

Relatórios da CIA World Factbook mostram que o Brasil está vivendo uma década de crescimento econômico. Em 2010, a economia nacional cresceu 7,5%; em 2011, o crescimento foi de 3,5% e superou países como Reino Unido. A expectativa, segundo dados do Fundo Monetário Internacional, é que o Brasil se torne a quinta maior economia do mundo à frente da França e da Alemanha. O país conta com mais de 50 bilionários; nos últimos 12 meses, a pobreza caiu 7,9%. Depois da ascensão da classe C, as classes A e B devem atingir a marca de 7 milhões até 2014. Com esse cenário, o país tem sido objeto de estudos internacionais que analisam o mercado nacional, como a pesquisa Brazil Market – conduzida pela agência inglesa The Future Laboratory em parceria com a brasileira Voltage, agência produtora de insights aplicáveis ao negócio.

Com foco nos mercados de venda on-line, luxo e beleza, a pesquisa Brazil Market destaca, ainda, as particularidades do consumo no país e o surgimento de um novo consumidor de luxo: jovens que rejeitam o consumismo e valorizam marcas socialmente responsáveis. Na prática, a pesquisa mostra que os consumidores dessa nova década estão mais preocupados com questões de sustentabilidade, que passam a ser essenciais à motivação de compra. Segundo Paulo Al-Assal, diretor-geral da Voltage e um dos principais especialistas em Tendências do Brasil, o consumidor contemporâneo exige uma reinvenção do varejo; o que os estudiosos de tendências têm classificado como a Idade da Transformação.

Uma outra pesquisa conduzida pela Voltage em parceria com a Bridge Research, Brand ID, mostra claramente que o consumidor brasileiro contemporâneo busca valores humanos nas marcas e tem a expectativa de construir um relacionamento pautado pela transparência, honestidade, confiança, integridade, respeito e ética. O que permeia e complementa esse anseio é a tendêndia brandtocracies (democraria das marcas). “Contudo, 62% dos entrevistados mostram insatisfação ao afirmar que falta honestidade às marcas; 53% não as associam a características humanas valorizadas”, salienta Al-Assal, acrescentando que ao analisar se as marcas trazem “valores humanos” e se são associadas a eles, 53% dos entrevistados não citaram um atributo para as marcas dos segmentos analisados: instituição financeira (bancos e cartões de crédito), varejo/lojas (eletrodomésticos, eletroeletrônicos, têxteis e supermercados) e tecnologia/telecom (telefonia fixa e móvel, banda larga e tevê por assinatura).

Na média, o melhor desempenho é o das instituições financeiras – 17% dos entrevistados citaram que algumas marcas do setor possuem essa característica contra 14% (varejo/lojas) e 15% (tecnologia/telecom). “Os dados não indicam um bom desempenho dos bancos e empresas de cartões. Na verdade, apontam que têm porcentagens mais altas entre os setores analisados. Embora estejam no caminho certo quando comparados com os demais segmentos, ainda são índices muito baixos; inferiores às expectativas dos consumidores. Há muita oportunidade de melhoria e de humanização nesse atendimento ao cliente”, salienta o executivo, acrescentando que os brasileiros buscam nas marcas os mesmos valores que esperam encontrar nos parentes e pessoas queridas – cumplicidade, integridade e honestidade, entre outros.