Crise afeta as vendas no comércio, diz IBGE

Segundo Reinaldo Pereira, técnico do IBGE, o varejo pode já refletir esse quadro, ainda que a queda de abril para maio –0,8%, a maior desde novembro de 2008—tenha sido “apenas um primeiro sinal”. Precisamos de mais informações para confirmar se há uma nova uma tendência. Por enquanto, essa queda pode ser ainda pontual”, ressalva. De todo modo, diz, as medidas de desoneração de tributos para eletrodomésticos, móveis e veículos não devem ter o mesmo impacto positivo que registraram durante a crise de 2008-2009. É que agora, afirma, há um ingrediente novo: o maior endividamento das famílias. “As pessoas não vão pegar crédito nem fazer dívidas antes de pagar seus empréstimos. Elas não conseguem responder aos apelos de consumo do governo”, disse. Por isso, diz, economistas têm dito que a saída para a atual crise é promover o investimento, e não o consumo, fórmula usada pelo governo na crise e repetida agora. Para os dados de junho, diz, o comércio varejista ampliado deve se beneficiar de modo mais intenso da redução de IPI para veículos, definida no fim de maio e que só foi capturada em pouco mais de uma semana de coleta de dados de maio. Segundo Pereira, as informações de junho da Fenabrave, associação dos distribuidores de veículos, já mostram uma forte recuperação das vendas.