Irã barra inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica

O Irã proibiu nesta segunda-feira (21/06) a entrada no País de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que iriam verificar suas instalações nucleares, afirmou a agência de notícias “Isna”, que citou o chefe do programa nuclear iraniano, Alí Akbar Salehi. Salehi teria dito que os inspetores não têm o direito de ir ao Irã, porque “filtraram informações antes que elas fossem oficialmente anunciadas e ainda fizeram relatórios falsos”.

O Parlamento iraniano havia aprovado na quarta-feira (16/06) um projeto de lei para reduzir ao mínimo a cooperação com a Agência AIEA, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). A medida significa uma resposta à decisão do Conselho de Segurança da ONU que aprovou o endurecimento das sanções internacionais impostas ao Irã pelas suspeitas sobre seu programa nuclear. O país já havia anunciado que reduzirá “em breve” suas exportações de minério para os países que votaram a favor das novas sanções impostas pela ONU.

O governo iraniano afirmou na última sexta-feira (18/06), em comunicado publicado pela agência Irna, que as sanções recebidas do Conselho de Segurança da ONU são ilegais e deveriam ser revogadas. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que coordena a política de segurança e defesa do país se posicionou contra as medidas, alegando violação da soberania nacional. “A entrada do Conselho de Segurança das Nações Unidas nas atividades nucleares pacíficas da República Islâmica do Irã é ilegal e inválida”, disse o órgão em comunicado.

Às medidas da ONU aprovadas no dia 10 de junho, somaram-se nesta semana sanções extras aplicadas pelos EUA e pela UE. De acordo com o órgão iraniano, a aprovação destas sanções adicionais seriam ilegais pois quebram um artigo do estatuto da ONU e contradizem as regras da AIEA.

O Tesouro dos EUA também impôs na última quarta-feira (16/06) sanções adicionais ao Irã por seu programa nuclear, pondo na “lista negra” mais empresas e pessoas suspeitas de ligações com o programa nuclear ou de mísseis do Irã. As medidas proíbem transações de americanos com as entidades listadas, e buscam congelar quaisquer bens que elas tenham sob jurisdição americana. “Nossas ações hoje são destinadas a deter outros governos e instituições financeiras estrangeiras de lidar com essas entidades e, desse modo, apoiar as atividades ilícitas do Irã”, disse o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.

O Tesouro americano também tomou uma medida separada para pressionar o setor energético do Irã, identificando 20 empresas de petróleo e petroquímicas que estão sob controle do governo iraniano, de modo que não podem fazer negócio com os EUA, sob um embargo comercial geral.

Geithner disse que os EUA planejam mais ações para aumentar a pressão financeira contra o Irã nas próximas semanas. “Vamos continuar mirando apoiadores do Irã para organizações terroristas. Vamos continuar focando na Guarda Revolucionária do Irã”, disse. E vamos continuar a expor os esforços do Irã para evitar as sanções internacionais.”