Página 28-29 - Revista Alshop n215_VALE_PRESENTE

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Caixas de madeira, barricas e sacos de juta: assim começou
a produção de “embalagens” por aqui, aproximadamente em
1810. Antes disso, o país era proibido de produzir qualquer
coisa, por ser uma colônia de Portugal. De lá pra cá muita
coisa mudou e o Brasil passou a ser, inclusive, referência em
termos de design e criatividade. E as embalagens evoluíram
de “meio de armazenamento e transporte” de um item para
um fator determinante da identidade da empresa e do produto,
estabelecendo uma comunicação efetiva com o consumidor.
“A embalagem é a identidade da empresa, a qual ela representa,
e em muitos casos é o único meio de comunicação do produto. O
bom design de embalagem pode garantir uma boa comunicação
com o consumidor, informando sobre o produto e expondo
seu caráter”, define Luciana Pellegrino, Diretora Executiva da
Associação Brasileira de Embalagem (ABRE).
NÃO TEM COMO INVESTIR
EM MARKETING OU
CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS?
APOSTE EM EMBALAGENS E
SACOLAS PERSONALIZADAS
Mídia alternativa
O design é fundamental para o desenvolvimento de uma
embalagem e, com certeza, pode ser crucial para o sucesso
de vendas. Pesquisa realizada pela ABRE constatou que o
consumidor não separa o produto de sua embalagem. Ou seja:
se ele vê uma boa embalagem considera que o produto que está
dentro é bom e vice-versa. De acordo com o POPAI, instituto
especializado em marketing para o varejo, 85% das decisões de
compra são tomadas no PDV. Nesse momento, é a embalagem
que está “conversando” com o consumidor. “Em alguns
casos, principalmente para as micro e pequenas empresas, a
embalagem é o único meio de comunicação que o produto tem
com o consumidor, então, é através da embalagem que a marca
precisa contar a história daquele produto e vendê-lo”, afirma a
gerente de marketing da ABRE, Isabella Salibe.
“Temos cases de sucesso em vendas de determinados produtos
que ganharam percentuais significativos em market share
em função de uma nova embalagem ou simplesmente seu
redesenho. Estudos comprovam que grande parte das decisões
Proteção
de compra dos produtos em supermercado acontecem na
gôndola; portanto é indiscutível o fato de dizer que a embalagem
chama o consumidor e por sua vez, ajuda a vender”, pondera
Luiz Fernando Pereira, da Greenfield Business Promotion. “A
embalagem, que antigamente tinha como objetivo acondicionar
o produto, hoje em dia também o diferencia, tornando-o sucesso
ou fracasso em sua categoria”, avalia ele.
É também a embalagem que acompanha o consumidor até a
sua casa, que interage com ele. É através da embalagem que
o consumidor terá a experiência com o produto. “O design
é algo muito mais amplo que apenas o visual, o gráfico. Um
bom design envolve estrutura, posicionamento, apelo de venda,
funcionalidade, ergonomia, forma, aproveitamento do produto,
logística, sistema de abertura e fechamento, etc, ou seja, é uma
ferramenta estratégica, e deve ser pensada desde o início de um
projeto”, aconselha Pereira.
Isabela explica que é muito importante avaliar para que público
o produto se destina, onde a embalagem ficará armazenada,
como será transportada, como será exposta, como será utilizada
pelo consumidor e, a partir dessas informações, desenvolver
um projeto de design de embalagem que atenda a todas essas
necessidades.
Como usar embalagens e sacolas para agregar valor ao
produto, ganhando competitividade no mercado? “Sempre
inovando e buscando as melhores estratégia, não se esquecendo
de causar uma ótima impressão. Afinal, a primeira impressão
e aquela que fica!”, acredita Pereira. “Mas é importante que
o produto entregue aquilo que promete, caso contrário não
haverá a recompra”, atenta Isabella.
Os profissionais de marketing e do varejo reconhecem que as
embalagens são parte integrante do conjunto de componentes
do branding e devem contribuir para que a identidade da marca
seja replicada de forma consistente em todas as manifestações
da marca. Por isso, a grande maioria das sacolas trabalha para
a marca, reproduzindo sua identidade visual de forma literal.
Esta abordagem está correta mas não é a única possível, uma
vez que a dinâmica do negócio, o calendário promocional,
as liquidações, a mudança das estações e outras efemérides
estão acontecendo e agitando o mercado. “Logo, temos duas
abordagens distintas: na primeira, a embalagem reproduz
a identidade de marca e, na segunda, ela interage com o
mercado, mudando e assumindo funções diferentes conforme
o tempo e a necessidade do negócio. Uma não exclui a outra
e as duas podem ser alternadas conforme a necessidade e a
oportunidade”, afirma Coordenador do Núcleo de estudos da
Embalagem da ESPM, Fabio Mestriner.
Como as sacolas circulam num ambiente extremamente propício
e motivador do consumo, o depoimento de compra que elas
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