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Brilho
Inicialmente, a fachada seria recoberta por uma tela
de LCD, mas percebeu-se que a escolha acarretaria no
consumo exagerado de energia. “Nós da Woha, juntamente
com as autoridades, decidimos que precisávamos de algo
mais dinâmico, mais artístico do que comercial”, conta
Serena. Uma fachada de média escala urbana, com uma
convencional e azuleijos tornaram-se, assim, inadequados
às linhas conjuntas. No final, o eleito para o projeto foi o
piso terrazzo in-situ, considerado a melhor alternativa para o
‘movimento’ criado pelos arquitetos. Já no teto foi utilizado
alumínio perfilado. Mais uma vez, a opção foi pela facilidade
de produção e instalação do item.
Mas o principal diferencial do Iluma não são os pormenores
arquitetônicos, a disposição das lojas, o telhado verde nem
a pretensa iluminação natural. O destaque do mall, que o
fez figurar nos principais veículos de arquitetura ao redor do
mundo, foi a incrível malha de cristal que recobre a fachada.
Desenvolvida em cooperação com especialistas alemães,
transforma-se em uma tela interativa de escala urbana. O veículo
ideal para artistas e estudantes locais expressarem sua arte.
malha de cristal que utiliza, essencialmente, fluorescentes
normais encerradas em caixas de cristal em forma de ‘joias’.
“Esta malha não só permite mais economia de energia do
que um monitor LCD convencional do mesmo tamanho,
como reduz a carga de calor, agindo como uma camada
secundária”, diz. Da mesma forma, o revestimento de
alumínio no bloco retilíneo foi instalado a certa distância da
parede exterior, formando-se assim como um derivado do
revestimento do edifício.
Outro artifício utilizado na fachada foi a remoção da cor na
parte “esculpida” do prédio. “Assim chegamos ao resultado
que queríamos: que a malha de cristal fosse concebida de
forma artística, uma mídia de arte que funcionasse como
um tela para expressões artísticas. Por isso, a neutralidade
desse bloco frontal”, avalia a executiva. “No entanto,
queríamos que o bloco inferior, a porção retilínea do prédio,
contrastasse com essa neutralidade e se relacionasse com
as cores dos edifícios ao redor. Por isso foi dada uma
aparência muito brilhante e policromada”, resume Serena,
em alusão aos tons de vermelho, laranja e cinza – usados de
forma aleatória – no “quadradão de concreto” do Iluma. Ela
completa: “além de complementarmos as cores contextuais,
conseguimos reduzir a escala desse bloco”. O resultado é
um mall vibrante, que convida os visitantes à emoção.